domingo, 31 de janeiro de 2010

O Morro do Vigia

Título: O Morro do Vigia

Autor: Luiz Vaz

Editora: Scortecci

Divulgação: www.omorrodovigia.com.br

Categoria: ficção

Edição: primeira (2009)

Proposta:
Levantar pontos importantes acerca de nossa realidade espiritual e estimular a reflexão sobre o problema ambiental.

Formato:
Livro grande com mais de 300 páginas (mais ou menos umas 12 horas de leitura) distribuídas em 20 partes. Cada parte é dividida em duas: a estória contada no presente e no passado.

Linguagem:
Linguagem clara e elegante. Português correto. Descrição envolvente dos cenários e das personagens. Diálogos verossímeis e agradáveis.

Avaliação:
Estória muito bem contada com bom entrelaçamento entre as personagens, as datas, e os cenários. Particularmente, muito inteligente as idas e vindas no tempo com as lembranças do passado da personagem principal. Tal maneira de contar a estória induz o leitor a fazer constantes associações entre o passado e o presente assimilando melhor o enredo.

O autor aborda com leveza todos os principais pontos relacionados à nossa realidade espiritual. Fala sobre imortalidade, Deus, reencarnação, desdobramento, evolução, entre outros. Ao mesmo tempo, é profundo nas reflexões demonstrando muita sabedoria.

A questão ambiental é o tema central da obra e é colocada com propriedade pelo autor. Não há como ficar indiferente a ela pois o autor consegue demonstrar bem as ligações entre a nossa evolução e a do planeta.

Possui ainda a desejável liberdade em divagar sobre temas ainda não tão bem estabelecidos. Apresenta propostas racionais para solução de alguns questionamentos sobre a formação da vida. Respeita igualmente as propostas alheias sobretudo aquelas ligadas a religiosidade.

Para dar um "sabor" especial a leitura o autor oferece uma intrincada trama policial que prende a atenção do leitor e dá muito prazer.

Enfim, é um livro muito honesto com a própria proposta de oferecer elementos para a reflexão e não propriamente convencer o leitor de suas "verdades". O espírito investigativo e de observação emprestados às personagens revelam a natureza deste trabalho.

Discussão:
Há muitos pontos para discussão no livro e isto é claramente um desejo do autor. Seguem alguns trechos:

Pag. 20: "E depois, se não existir nada após a morte, não poderei constatar e lamentar isso, pois estarei morto, entende? É isso que gostaria que você compreendesse: nós não perdemos nada acreditando na continuidade da vida após a morte física, apenas ganhamos uma vida mais feliz."

Pag. 46: "Não posso dizer que eu tenha uma religião, mas isso não quer dizer que eu não acredite em Deus. Simpatizo muito com o Espiritismo, mas, para falar a verdade, nem sei se ele pode ser considerado uma religião."

Pag. 63: "... quando formamos uma concepção de mundo e esta nos deixa em paz com a nossa consciência, tendemos a repelir tudo o que possa ir contra ela. É uma atitude defensiva usada para proteger o equilíbrio mental."

Pag. 80: "Sempre foi uma dificuldade para o Espiritismo dar continuidade a pesquisa de Kardec, mesmo ele próprio tendo incentivado a continuidade dos estudos;"

Pag. 99: "Esse sempre foi um assunto controvertido [seres de outros planetas]. Existem pessoas que acreditam que Kardec se referia apenas à habitação de espíritos não encarnados, apesar de ele não ter deixado isto muito claro em suas anotações, e também existem os que acham que as comunicações devem ter tido algum componente anímico, o que teria induzido Kardec ao erro."

Pag. 115: "Todos os pensamentos dos espíritos, encarnados ou não, vagam pelo espaço, da mesma forma que as ondas eletromagnéticas dos milhões de celuares, ..."

Pag. 129: "Subir pela atmosfera não é tão fácil assim. Eu [espírito] subo, sem problemas, até certo ponto, depois não consigo mais."

Pag. 207: "A distância também é um obstáculo para nós [espíritos]"

Pag. 212: "A força da gravidade é uma das forças mais misteriosas da natureza e nós [espíritos] não estamos imunes a ela"

Pag. 226: "É porque estamos assistindo o nascimento de um novo espírito, pois ela foi gerada sem ter em si um espírito reencarnante."

Pag. 287: "... tudo o que vai contra a construtividade e a estabilidade tende a perder espaço para o que é construtivo e estável. (...) As boas ações sempre possuem componentes construtivos."

Pag. 313: "Deus são os próprios dados. Ninguém precisa jogá-los. Eu ainda me arriscaria a dizer que os seres humanos podem também se considerar como pequenos dados que participam desse jogo universal."

2 comentários:

  1. Lí p livro sem parar ótimo e envolvente e o melhor que eu estava no local da narrativa, praia do peró.

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  2. Luiz não sei quem, pois não estava presente no dia em que deixaram um exemplar, aliás vários exemplares no meu quiosque na praia das conchas, ao qual um destes endereçado a mim desejando uma boa leitura, Quero aproveitar o canal para agradecer e dizer que é uma obra espetacular, muito esclarecedora e que amei a trama, intelectualíssima. Donfona quiosque 16 Praia das Conchas

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