sábado, 21 de agosto de 2010

Morte

Título: Morte
O que acontece no momento derradeiro? Para onde vamos? Quem irá nos receber?

Autores: Orson Peter Carrara

Editora: Mythos

Categoria: doutrinário

Edição: primeira (2010)

Proposta:
Apresentação de aspectos relacionados a morte voltados a consolação e divulgação de autores e livros para estudo futuro.

Formato:
Tamanho médio para uma leitura de aproximadamente 5 horas. É dividido em três partes. Na primeira apresenta uma série de 10 casos de morte. Na segunda parte apresenta diferentes situações de morte. E na terceira apresenta alguns textos abordando algum aspecto ligado a morte.

Linguagem:
Português simples e correto, com um estilo leve e, por vezes, se dirige diretamente ao leitor. Faz várias referências a autores e livros.

Avaliação:
Apesar da expectativa provocada pelas perguntas no subtítulo o livro se direciona mais para a consolação dos enlutados e dos que sentem medo da morte. Os aspectos mais objetivos ficam um pouco a desejar. Por exemplo, em alguns pontos é destacado que existem equipes socorristas para os recém-desencarnados, mas não se explica que tipo de socorro seria este.

O conteúdo é bastante repetitivo e, por isso, torna a leitura um pouco maçante. Contribui também para isso um certo exagero nas citações de livros e de autores uma vez que nem todas são necessárias para a compreensão do mote principal.

Embora não tenha sido a proposta do autor, a falta de aprofundamento nas questões levantadas traz ao leitor aquela sensação de que se esperava mais. Talvez seja mesmo este o propósito com o intuito de estimular a busca por novas fontes de conhecimento.

Discussão:
Na página 65 do capítulo Enfermidades o autor escreve:
Na desencarnação, o quadro de enfermidade poderá perdurar na vida espiritual ou desaparecer, a depender novamente do grau de amadurecimento e aceitação da experiência trazida pela doença.

Faltou explicar melhor como este quadro de enfermidade perdura na vida espiritual. E também fazer uma análise crítica de que esta afirmação poderia ser usada para manter o medo de morrer.

Na página 73 do capítulo Mortes Coletivas o autor escreve:
... os quadros provacionais e expiatórios reúnem os Espíritos no local e data compatíveis com o planejamento anteriormente efetuado.

Embora seja comum no meio espírita este tipo de afirmação, ela deveria ser melhor analisada e, se possível, explicada. Isto porque é muito vago falar em "quadros que reúnem"... o que efetivamente faz com que os espíritos se reúnam em determinado local e data?

Na página 77 do capítulo Aborto o autor escreve:
Referido desequilíbrio provoca estados de perturbação no plano espiritual, com agravantes de obsessão para seus autores, além de desdobramentos no futuro. Importante, portanto, consulta as questões 344 a 360 de O Livro dos Espíritos para entender ainda mais a questão.

Nas questões citadas não se fala em desequilíbrio para o abortado, mas, pelo contrário, seria simplesmente uma "existência nula a recomeçar" (Q357). Também, nas questões citadas, não se fala nada sobre futura obsessão.

3 comentários:

  1. 1 O conteúdo é bastante repetitivo
    Bem apontado, este é um defeito da maioria dos livros espíritas, e principalmente dos ditos psicografados, quando não, repetem outros livros.
    2-Na desencarnação, o quadro de enfermidade
    O mal que foi acometido quando do seu desencarne é moral , só está no arquivo do Espírito como lembrança e deverá se desfazer com o passar da confusão própria do desencarne. O mais é especulação.
    3 ... os quadros provacionais e expiatórios reúnem os Espíritos
    Quero expor minha opinião contrária ao termo muito difundido no Espiritismo essa tal de “expiação” , não concordo e até Kardec errou ai , expiação é castiço e por isso determinismo, ora a Doutrina não é determinista senão para a morte. Também concordo que essa tal reunião deve ser uma implicância do encarnado querendo que todos os que morreram eram farinha do mesmo saco e por isso Deus através os Espíritos os reuniu para pagar pelo pecado, é demais mesmo.
    4 Aborto
    Quanto ao aborto é muito disparatada a opinião dos Espíritas. Segundo a Doutrina o Espírito que vê malograda a sua encarnação procura outro corpo e pronto. Obsessão é coisa de Espírita que quer se arvorar de cobrador de Deus. Cada caso é um caso. Depois cada um pode assumir a responsabilidade e depois decepcionado descobrir que terá que começar tudo de novo. Mas ai a historia é outra. Devemos ensinar que a vida é uma dádiva de Deus e não nos cabe impedir-la. Mas não nos colocarmos como juizes do outro.
    Luiz

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  2. Olá, Luiz Gonzaga!

    Obrigado pelos incisivos comentários. Você é um cara de personalidade!

    Com relação ao quadro de enfermidade na desencarnação o que me instiga é a falta de coerência em propor a idéia de que o espírito é tudo e, ao mesmo tempo, que as enfermidades carnais continuam no corpo espiritual.

    Com relação aos quadros provacionais e expiatórios que reúnem os Espíritos o que me intriga está na admissão sem crítica de que esta reunião do ponto de vista logístico seria possível, especialmente nos desastres com grande número de mortos.

    Com relação ao efeito do aborto eu acho que só fazendo pesquisas mediúnicas sérias poderemos chegar a alguma conclusão.

    Abraço!

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  3. A morte quem sabe responder e só ele o criador da terra e dos seres vivos que abitam nela nao adianta ler livros pra saber oque acontece e para onde vamos quando morrer nem eu nem vocês e nenhum ser vivo pode responder !!

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