segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Vida Depois da Morte

Título: A Vida Depois da Morte
A Questão da Sobrevivência à Morte Corpórea

Título Original: Life After Death

Autor: D. Scott Rogo

Tradutor: David Gomes Jardim Júnior

Editora: Ediouro

Categoria: pesquisa

Edição: 1987

Proposta:
O trabalho faz um histórico das pesquisas psíquicas acerca da questão da sobrevivência após a morte. Traz ainda alguns exemplos ilustrativos das linhas de investigação destas pesquisas, como as experiências fora do corpo, os contatos com os mortos, os casos sugestivos de reencarnação, entre outros.

Formato:
O livro tem tamanho médio e pode ser lido em aproximadamente cinco horas. Tem pouco mais de 160 páginas distribuídas em 8 capítulos, além da Introdução. Falta o capítulo das referências bibliográficas embora exista no original em inglês.

Linguagem:
O autor escreve de forma bem objetiva e sintética. A tradução está clara e em bom Português. As ideias estão bem encadeadas e suficientemente ilustradas com alguns exemplos dos casos investigados.

Avaliação:
Este trabalho contém uma visão panorâmica das principais linhas de investigação sobre a sobrevivência após a morte. Ele tanto aborda os aspectos históricos destas pesquisas psíquicas como avalia a qualidade delas. Ainda que seja um trabalho de amplo alcance o autor consegue oferecer ao leitor um ótimo resumo do histórico das pesquisas e das linhas de investigação. Isto porque apresenta apenas o que há de mais relevante e consegue não fugir do foco de seu trabalho. Por exemplo, ele deixa propositalmente de lado as especulações acerca de como seria esta sobrevivência.

A leitura se torna particularmente interessante uma vez que o autor faz um bom encadeamento lógico dos fatos narrados. Ele permite que o leitor vá se acostumando aos poucos com cada fato apresentado e, ao mesmo tempo, não deixa que o texto se torne repetitivo. Ou seja, escreve na medida exata para a compreensão e para uma leitura agradável do texto. Seguindo esta orientação o autor traz alguns exemplos de casos investigados que ilustram de forma adequada as possíveis linhas de investigação da sobrevivência à morte.

Quanto à avaliação das linhas de investigação o autor se mostra ora crítico ora entusiasmado. Por exemplo, ele se mostra bem crítico da capacidade dos casos sugestivos de reencarnação de demonstrar a sobrevivência após a morte, mas, por outro lado, se mostra entusiasmado com a mesma capacidade dos contatos com os mortos por meio de equipamentos eletrônicos. De qualquer forma, o autor se apresenta de forma relativamente equilibrada, ciente de que a comprovação da sobrevivência é algo bastante complexo e pode mesmo nunca ser alcançada.

Enfim, este livro foi escrito há quase 30 anos mas ainda pode ser considerado um bom início para o estudo do que já foi pesquisado sobre a sobrevivência após a morte.

Discussão:
Seguem abaixo algumas passagens:

Página 26 do capítulo Pesquisas Psíquicas e a Controvérsia Acerca da Sobrevivência:
Richard Hodgson fora para os Estados Unidos a fim de assumir a direção do ramo norte-americano da Sociedade de Pesquisas Científicas, que William James a ajudara a organizar. Seus planos consistiam em participar ele próprio das sessões da Sra. Piper, registrar as ocorrências, estudar todas as circunstâncias e certificar-se se a médium não estava secretamente colhendo informações sobre os seus clientes. Chegou mesmo a encarregar detetives de segui-la, e fez questão que a médium não soubesse os nomes de muitas pessoas que a consultavam. Apesar dessas medidas rigorosas, a qualidade da mediunidade da Sra. Piper continuou impressionante.
Este parágrafo demonstra bem a preocupação com os controles da pesquisa naquela época.

Página 33 do capítulo Pesquisas Psíquicas e a Controvérsia Acerca da Sobrevivência:
Talvez se admita hoje que toda a questão da sobrevivência pode ter sido baseada na mediunidade da Sra. Piper. Mesmo, porém, com tão elevada qualidade comprobatória, alguns dos componentes da velha guarda da Sociedade de Pesquisas Psíquicas ainda se mostravam céticos quanto à hipótese espírita.
O ceticismo é a regra nas pesquisas.

Página 51 do capítulo A Mente Fora do Corpo:
Parece lógico concluir que, se a mente pode funcionar afastada do corpo durante certo tempo, também poderia ser capaz de funcionar fora dele permanentemente. Por isso é que alguns pesquisadores se interessam pela experiência fora do corpo, certos de que o estudo desse fenômeno é de suma importância para o problema da sobrevivência.
Ao longo do texto, o autor nos informa a motivação por trás das pesquisas.

Página 83 do capítulo Documentação da Experiência Perto-da-Morte:
O estudo da experiência perto-da-morte poderá muito bem ser a disciplina que finalmente unirá a ciência e a religião em uma causa comum.
Humm... será!?

Páginas 113 e 115 do capítulo Vozes de Espíritos Gravadas: Ilusão ou Solução?:
Infelizmente, não se pode negar que, em sua maior parte, as vozes espíritas gravadas são vagas, caprichosas e às vezes dificilmente decifradas. Esse é, sem dúvida alguma, o motivo de jamais ter sido esse campo de pesquisa incluído na parapsicologia convencional.
(...)
As vozes que os pesquisadores de boa fé gravaram são realmente de mortos? Eis a verdadeira questão em jogo. Um número considerável de provas indica que sim. Assim, por exemplo, muitos investigadores que estudam o fenômeno puderam reconhecer as vozes produzidas em suas gravações.
Curioso notar que o autor sutilmente se contradiz em suas avaliações subjetivas; ao mesmo tempo que reconhece subjetivamente que as vozes são indecifráveis ele também admite como prova um reconhecimento igualmente subjetivo das vozes.

Página 127 do capítulo Telefonemas dos Mortos?:
Há muito os parapsicólogos sabem que os estados mentais caracterizados pelo repouso e ausência de preocupações bons condutores psíquicos.
De certa forma, Kardec já postulava isto ao propor que as sessões mediúnicas fossem feitas em um ambiente calmo e acolhedor.

Página 141 do capítulo Reexame da Reencarnação:
No entanto, há alguns casos de criancinhas que, relembrando de sua vida anterior, também falam línguas estrangeiras, com as quais jamais estiveram em contato. Vejamos um de tais casos, anunciado recentemente no Brasil, onde foi descoberto por Hernani Andrade, um dos mais destacados parapsicólogos sul-americanos.
Olha o nosso Hernani aí, sendo reconhecido como parte da história das pesquisas psíquicas.

Página 144 do capítulo Reexame da Reencarnação:
Estaríamos, assim, de novo, diante de um belo exemplo de reencarnação... se não fosse o decepcionante fato de Sonha Ram não ter morrido antes de Jasbir nascer. O desastre que matou Ram ocorreu quando Jasbir já andava pelos três anos e tanto.
Como explicar esse estranho caso? Trata-se de um exemplo de legítima reencarnação? Possessão de espírito? Transmigração de alma? Terá Jasbir morrido mesmo de varíola, e o seu corpo reanimado pela alma de Sobha Ram? De qualquer maneira, tais ocorrências nos alertam para o fato de que os casos de memória extracerebral de modo algum constituem uma prova indiscutível da reencarnação. Os dados colhidos nesses casos não são suficientemente claros, e estão repletos de paradoxos, que não podem ser ignorados.
Aqui ele não poupou críticas quanto a esta linha de pesquisa ser capaz de provar a sobrevivência após a morte.

Página 164 do capítulo Algumas Idéias Pessoais:
Relatos impressionantes de casos semelhantes da volta de espíritos se encontram com destaque na primitiva literatura das pesquisas psíquicas. É, sem dúvida, uma pena que sejam raros hoje em dia casos do mesmo valor. Isso pode se explicar pelo fato de não estarem os parapsicólogos modernos interessados em investigar tais casos, como fizeram os pioneiros. (...) Os pesquisadores de hoje raramente têm tempo ou disposição para examinarem tão cuidadosamente tais casos.
Humm... acho que Rogo está sendo muito saudosista.

Página 166 do capítulo Algumas Idéias Pessoais:
Para mim, o maior mistério da controvérsia acerca da sobrevivência é justamente essa impenetrabilidade fundamental. Devido à sua própria natureza, acho muito duvidoso que jamais o problema seja resolvido para satisfação geral. Só chegará essa ocasião quando descobrirmos um método confiável de entrar em contato com os mortos, e esse dia provavelmente jamais chegará.
Quem viver, verá!?

Nota: Agradeço ao amigo Vitor Visoni pela indicação e disponibilização do livro.

3 comentários:

  1. Bom dia!
    Conheci há pouco o blog de vocês e gostei muito.
    Sou divulgador da Doutrina Espírita e gostaria de saber como posso contatá-los para realizarmos parceria na divulgação da nossa doutrina.
    Meu email é souzamp@gmail.com
    Mantenho o blog Agenda Espírita Brasil: http://www.agendaespiritabrasil.com.br/ e convido-os a conhecê-lo.
    Abraço fraterno e parabéns pelo trabalho

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  2. Muito bom este livro. Vou procurá-lo para adquirir. O autor do livro diz "Para mim, o maior mistério da controvérsia acerca da sobrevivência é justamente essa impenetrabilidade fundamental. Devido à sua própria natureza, acho muito duvidoso que jamais o problema seja resolvido para satisfação geral. Só chegará essa ocasião quando descobrirmos um método confiável de entrar em contato com os mortos, e esse dia provavelmente jamais chegará." Podemos, então, convidá-lo a conhecer a Doutrina Espírita. Exatamente no método espírita, codificado por Allan Kardec, especialmente através do estudo de O Livro dos Médiuns, que ele e todos nós encontramos como provar a realidade espiritual.

    Adriano

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  3. Ótima Leitura, Recomendo a leitura do romance espírita A Morte Não Existe por João Berbel.
    A Morte Não Existe

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